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sábado, 2 de agosto de 2008

Impala

Impala

Na metade de 1955 começou o projeto do Chevrolet impala, o qual só veio a ser produzido em ‘58. Era um carro desenhado por designers da Pontiac (Harley Earl e Bill Mitchel), liderado por Clare MacKichan, usando o A-body.

O impala veio a quebrar o estilo de carros americanos até então, carros gigantes, pesados e automáticos. O primeiro modelo apresentado em ‘56 parecia mais um Corvette para mais passageiros.

No seu real lançamento, ’57 mas sendo o modelo ’58. Era uma versão do Bel air.

Mais comprido, largo e baixo que seus antecessores, o Impala quebrou a linha conservadora da chevrolet usada até ‘57, tendo linhas e formas mais redondas, com faróis duplos.

Por dentro, o chassis em X foi uma revolução, dando mais espaço interno e rigidez a estrutura. A suspensão de trás foi refeita, as molas semi-elipticas deram lugar a molas helicoidais. A da frente foi mantida, do tipo A-arm. O conjunto propiciou uma ótima dirigibilidade, muito suave de dirigir.

No cofre havia o mais apimentado motor que a Chevy tinha: 348 pol³ turbo-thrust, de cabeçote com câmaras em formato de cunha. Havia a versão de um carburador de 4 corpos (quadrijet) de 250hp e a versão violenta de 3 carburadores de 2 corpos (six pack) de 280hp(super turbo-thrust). Mas é claro que havia versões mais modestas, como o 6 cilindros de 145hp Blue Flame e o V8 283’ Turbo Fire. Como opções de transmissão tinham o 3 marchas manual e os automáticos: 2 velocidades powerglide (que veio para substituir o turboglide) e 3 velocidades turbo-glide (que ainda era mantido).

Havia a versão hardtop 2 portas e conversível. Ele foi distanciando-se do Bel air, a começar pelas três lanternas, que se tornou seu símbolo maior.

Houveram grandes mudanças para os anos seguintes, para abocanhar sua parcela de mercado, que estava muito competitivo. No primeiro ano sua venda atingiu 181 000 unidades, nada espantoso, mas garantiu sua perpetuação.

Em ‘59 ele ganhou nova aparência, apesar do desenho já existir há mais tempo guardado na GM. Haviam mudanças radicais, o mais excêntrico provavelmente foi a lanterna ‘olho de gato’ inteiriça, que só existiu nesse ano. Agora tinha uma nova frente e o símbolo cortando a lateral do carro. Finalmente ele deixou de ser uma versão do Bel air. As vendas subiram a 250 000 unidades.

Em ‘60 o carro ficou mais conservador no quesito das três lanternas, que agradavam mais, por já ser consolidado como símbolo do modelo, muito embora ele começasse a perder as características dos anos 50: menos cromados, muito embora ainda se inspirasse na era espacial.

Em ‘61 emerge a legendária versão Super Sport, o famoso pacote SS, que vinha somente com o 348 de 305hp, mas facilmente chega a 350 com os opcionais –que não eram caros. Os SS vinham com cambio manual de 4 velocidades no assoalho. Pneus mais largos, de faixa branca, suspensão mais dura, conta giros eram apenas algumas das melhorias do impala SS.

Era exclusivo, apenas 453 unidades produzidas.

Havia também o motor 409’, colocado apenas em 142 unidades. Poucas peças usava do 348’, desenvolvia 360hp e sua versão quadrijet rendia 409hp, 1hp/pol³, uma ótima relação (não só) para época, marca consagrada pelo coletor de admissão de alumínio e compressão de 11,3:1, o que era um abuso para época, pois costumava usar-se 8:1 ou 9:1. Deste,. Era um motor potente, sendo considerado o primeiro da rivalidade entre Ford, GM e Dodge pelo motor mais potente, vindo a fazer sucesso na NHRA, porém no concorrente Bel air, que era mais leve.

Vendo a aceitação a GM fez uma vasta produção de SS nos próximos anos, chegando a marca de 250mil em ‘65. As vendas de ‘62 a ‘65 iam de vento em popa, subindo em ritmo mais que satisfatório.

Os modelos ‘62 HT 2portas ganhavam um teto que parecia um conversível fechado. O impala era um carro esportivo, bonito, com interior bem acabado e de qualidade e barato, mesmo a versão SS, que agora podia ser coupê e conversível também. Haviam nada menos que 6opções de motores: 6cyl 230’, 3 small block (327’) e dois 409’. Assim o impala fez seu nome na história. Mas ainda havia uma carta na manga...

Em 1963 no Daytona 500 tal carta mostrou-se: um motor de 427 polegadas cúbicas foi presenteado ao Impala. Conhecido como porco espinho, devido ao ângulo das válvulas no cabeçote, ou ‘motor misterioso’ certamente era algo especial. Na fábrica era conhecido como Z-11, de 430hp. Devido a problemas com as seguradoras, que não viam carros velozes ‘de corrida’ com bons olhos, apenas 55 427’ foram produzidos. Entretanto mais tarde ele voltaria.

O modelo ‘64 tinha mais linhas retas, sendo por muitos considerado o último dessa geração de impalas, mais clássicos. Surgia o conceito de muscle car com o GTO, o que viria a alterar o impala no próximo ano.

Como em ‘61, em ‘65 o impala foi um sucesso, aliando estilo a potência, um carro com linhas limpas, simples, harmoniosas e proporcionais, com o tão famoso desenho fastback. Era agradável aos olhos tanto de quem gostava de carros luxuosos ou de carros esportivos. Foram produzidos mais de um milhão de unidades, incluindo os SS (mais que todas as vendas da Ford no ano, livrando a GM do pesadelo de perder em vendas para a Ford, marca que perdera há muito antes do Impala surgir).

A estrutura e a suspensão foram revisadas para que o carro tenha melhor dirigibilidade e estabilidade. O chassis tornou a ser perimetral. Os motores eram os mesmos dos anos anteriores, exceto a versão 409’, que deixou de existir (ele era usado em anos alternados). Mas nasceu nesse ano um motor derivado do motor misterioso (427’), o 396’, com duas configurações. A mais comum de 325hp vinha acompanhada de câmbio manual de 4 velocidades ou o novo de 3 velocidades ‘turbo hydra-matic’. Era um motor de competição, com tuchos mecânicos, virabrequim forjado, quadrijet grande e alta compressão.

Até a versão 6cyl foimelhorada: o 235’ recebeu um avanço para 250’, motor conhecido aqui no Brasil nos Opalas.

Em 1965 a chevrolet lançou o Caprice: os Impalas HT 4 portas agora eram um modelo a parte e o Caprice estava destinado a fazer com o Imapala o que este fez com o bel air. Caprice tornou-se famoso pelo luxo e conforto. Além disso, desde’ 63 havia uma pedra no sapato do impala: havia um carro menor e mais leve, chamado Chevelle que estava a roubar compradores depois que recebeu o 396’. Naturalmente, a Chevrolet reduziu as opções de motores dos impalas SS, já que o esportivo agora era o chevelle. Em 1969 havia somente uma opção para o SS: o 427’. O Impala ia tornando-se um carro de luxo, não mais esportivo. Como em termos de luxo perdia para o Caprice, o ‘filho gêmeo’ do Impala acabou por levar seu criador a ruína, já que este não tinha mais um alvo certo. Assim, ele foi esportivo enquanto conseguiu, mas criaram uma versão luxuosa antes que ele pudesse o fazer para se sustentar no topo.

Assim começa o declínio do Impala. Em ‘66 as vendas caíram pela metade e em ‘67 e ‘68 despencaram frente os muscle cars emergindo, principalmente por causa do Chevelle e dos mopars.

Como se já não fosse o suficiente, a chevrolet em ‘66 colocou uma lanterna única no Impala, descaracterizando-o numa tentativa de deixá-lo mais imponente, em 1968 a chevrolet obrigou todos seus carros a ter as lanternas dentro do pára-choque traseiro, aproveitando a mudança, as três lanternas voltaram, redondas. Em 1969 ficaram quadradas e depois vieram a se tornar retangulares, seguindo a tendência que também moldava os mustangs.

Em ‘69 tinha ainda o tremendo sucesso do Camaro RS, levando o Impala ao fundo do poço. Em ‘69 foram apenas 2 455unidades SS produzidas.

Ainda foi agonizando até ‘85, quando parou de ser produzido. Na década de 70 a principal novidade foi o gigantesco big block 454’, porém era, no Impala, 60hp mais fraco que o do Chevelle do mesmo ano. Eram oferecidos também os motores 400’ 465hp, 350’ 300hp e 307’.

O desenho definitivamente deixava de ser esportivo: um 6 cilindros de 250’ não conseguia atribuir esportividade ao gigantesco carro de 1.800kg. Tornava-se algo próximo dos Caddilacs.

Em ’72 ele era gigantesco: 5,6 metros. Acessórios elétricos começaram a aparecer, conforto e segurança eram prioridade. Nesse ano a potência no documento passava a ser líquida e não bruta, o que assustou muitos, diminuindo ainda mais as vendas e fazendo-o parecer ainda mais corpulento.

1973: a crise do petróleo tirou qualquer chance dum carro gigantesco e pesado de sobreviver frente à procura de compactos com 4 cilindros.

Para 1977 a GM reformulou drasticamente o impala, deixando-o menor e mais estreito, perdendo 300kg e os big blocks, tal reforma rendeu resultados e, apesar de abandonar os motores mais estúpidos, o impala estava mais ágil. As vendas subiram.

Na década de 80 o impala já não era mais associado ao que foi na época de ’58-’65, o que lhe rendeu o atestado de óbito em ’85.

Em ‘94 a chevrolet produziu um carro de porte parecido com o impala e decidiu o chamar assim novamente, foi uma inspiração repentina que ocorreu em ’91 no chefe do departamento de etilo da chevrolet, ao ver uma caprice customizada do vizinho. O carro apareceu no SEMA de ’92 e agradou tanto que em ’94 foi produzido. A nova versão não tinha cromados; tinha rodas grandes, desenho arredondado mas ao menos ainda tinha um poderoso motor, do corvette: o 350’ LT-1, com câmbio automático e tração traseira. Deixou de ser produzido em ’96.

Em ’99 surge o último fôlego do Impala, aliás, a GM atreveu-se a tentar fazer um boca-a-boca, por que o Impala já tinha morrido antes da década de 80. Um carro ainda mais redondo e longe do espírito de ’58: apenas 4 portas, 6 cilindros e tração dianteira. O que tinha em comum com o impala original? O nome, apenas o nome, já que nem o símbolo era mais usado. Bill Mitchel, um dos mentores do desenho genial da década de ‘50 e ‘60 morreu em 1988 infeliz por que, segundo ele, os carros estavam convergindo, todos estavam ficando idênticos, estavam sem originalidade e brilho. O que diria ele ao ver um carro de tração dianteira, 6 cilindros, redondo e idêntico a todos os de mesmo porte e até a alguns de outras classes sendo chamado de Impala?


Créditos:

Texto: Hellmann

Fotos:

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Um comentário:

Glauco disse...

Parabens vc teve de fazer uma pesquisa e tanto.
A fonte que vc pesquisou é bem completa.
Eu vou colocar um link seu no meu Blog
ABRAÇOS.